Resumen
Este artigo investiga o legado e a persistência das contribuições de Carl Schmitt, Hans Kelsen e Hermann Heller acerca do poder político, da jurisdição constitucional e da legitimidade democrática em cenários de crise. Utilizando a República de Weimar como pano de fundo histórico, analisa-se como essas três perspectivas, embora antagônicas, continuam a iluminar os dilemas enfrentados por democracias contemporâneas em face do populismo autoritário, da polarização e do enfraquecimento institucional. Argumenta-se que o modelo normativista de Kelsen, apesar de suas limitações formais, oferece uma salvaguarda mais robusta contra a regressão da democracia do que a lógica decisionista de Schmitt. A análise empírica em países como Estados Unidos, Brasil, Hungria e El Salvador ilustra como a normalização do estado de exceção compromete o constitucionalismo. A teoria social da Constituição de Heller é apresentada como uma abordagem complementar valiosa, embora sua efetividade dependa de uma cultura cívica e maturidade institucional. A metodologia empregada combina a interpretação hermenêutica de fontes teóricas primárias com o estudo comparativo de decisões judiciais, visando propor estratégias institucionais alinhadas à proteção do pacto constitucional.
Citas
AGUIAR-AGUILAR, Azul A. et al. Is Mexico at the Gates of Authoritarianism? Journal of Democracy, v. 36, n. 1, p. 50-64, 2025. Disponível em: www.journalofdemocracy.org. Acesso em: 24 jun. 2025.
BARROSO, Luís Roberto. O constitucionalismo democrático no Brasil: crônica de um sucesso imprevisto, 2023. Disponível em: www.luisrobertobarroso.com.br . Acesso em: 9 abr. 2025.
COMISSÃO DE VENEZA. Opinion on the New Constitution of Hungary. Strasbourg: Council of Europe, 2012. Disponível em: www.venice.coe.int. Acesso em: 24 jun. 2025.
CORTE EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS (CEDH). Baka v. Hungary. Application no. 20261/12. Sentença de 23 jun. 2016. Disponível em: hudoc.echr.coe.int. Acesso em: 24 jun. 2025.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (Corte IDH). Caso Gelman v. Uruguai. Sentença de 24 fev. 2011. Disponível em: www.corteidh.or.cr. Acesso em: 24 jun. 2025.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (Corte IDH). Caso Gomes Lund y otros v. Brasil. Sentença de 24 nov. 2010. Disponível em: www.corteidh.or.cr. Acesso em: 24 jun. 2025.
GINSBURG, Tom; HUQ, Aziz. Comparative Court-Packing. International Journal of Constitutional Law (I•CON), [s.l.], v. 21, n. 1, p. 80-110, 2022. Disponível em: academic.oup.com. Acesso em: 24 jun. 2025.
HELLER, Hermann. La soberanía: un estudio de la teoría del Estado. Tradução de José Herrera. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 2020.
HELLER, Hermann. Teoría del Estado. México: Fondo de Cultura Económica, 1942.
HERRERA, María L. Reforma judicial abusiva en México/Abusive Judicial Reform in Mexico. International Journal of Constitutional Law (I•CON), [s.l.], v. 22, n. 5, p. 1184-1193, 2024. Disponível em: academic.oup.com. Acesso em: 24 jun. 2025.
KELSEN, Hans. Essência e valor da democracia. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KELSEN, Hans. Quem deve ser o guardião da Constituição?. Tradução de Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. How Democracies Die. New York: Crown, 2018.
LIPTAK, Adam. Chief Justice Roberts Defends Judicial Independence After Trump Attack. The New York Times, New York, 21 nov. 2018. Disponível em: www.nytimes.com. Acesso em: 24 jun. 2025.
PUEBLITA, Arturo. The Judicial Reform: Implications for the Rule of Law. [s.l.]: Wilson Center Policy Brief, 2024. Disponível em: www.wilsoncenter.org. Acesso em: 24 jun. 2025.
SADURSKI, Wojciech. Poland’s Constitutional Breakdown. Oxford: Oxford University Press, 2019.
SÁNCHEZ, José; SALDAÑA, Rodrigo M. Mexico’s Chief-Justice in Periods of Constitutional Stress. International Journal of Constitutional Law, [s.l.], 2025. Disponível em: academic.oup.com. Acesso em: 24 jun. 2025.
SCHEPPELE, Kim Lane. The Rule of Law and the Frankenstate: Why Governance Checklists Do Not Work. Governance, [s.l.], v. 26, n. 4, p. 559–562, 2013. Disponível em: doi.org. Acesso em: 24 jun. 2025.
SCHEUERMAN, William. The End of Law: Carl Schmitt in the Twenty-First Century. Lanham: Rowman & Littlefield, 2020.
SCHMITT, Carl. O conceito do político. Tradução de Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Contraponto, 1992.
SCHMITT, Carl. Teologia Política. Tradução de George Sperber. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.
SCHMITT, Carl. Teoria da Constituição. Tradução de Élcio Fernandes. Brasília: UnB, 2008.
SLAUGHTER, Anne-Marie. Judicial Globalization. Virginia Journal of International Law, v. 40, n. 4, p. 1103–1124, 2000. Disponível em: jura.fu-berlin.de/fachbereich/einrichtungen/oeffentliches-recht/lehrende/bolewskiw/dokumente/3__Diplomacy_and_Law/Slaughter_judicial_globalization.pdf. Acesso em: 18 ago. 2025
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (Brasil). ADPF 572 e ADI 6991. Disponível em: portal.stf.jus.br. Acesso em: 24 jun. 2025.
SUPREME COURT OF THE UNITED STATES (SCOTUS). Trump v. Hawaii, 585 U.S.(2018), 2018. Disponível em: www.supremecourt.gov. Acesso em: 24 jun. 2025.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA UNIÃO EUROPEIA (TJUE). Case C-791/19 – Comissão Europeia v. Polônia. Disponível em: curia.europa.eu. Acesso em: 24 jun. 2025.
TUSHNET, Mark. Weak Courts, Strong Rights: Judicial Review and Social Democracy in Comparative Perspective. Princeton: Princeton University Press, 2015.
VINX, Lars. The Guardian of the Constitution: Hans Kelsen and Carl Schmitt on the Limits of Constitutional Law. Cambridge: Cambridge University Press, 2015.
V-DEM INSTITUTE. Democracy Report 2022: Autocratization Changing Nature?. Gotemburgo: Universidade de Gotemburgo, 2022. Disponível em: v-dem.net. Acesso em: 24 jun. 2025.
ZAMBRANO, Diego et al. How Latin America’s Judges Are Defending Democracy. Journal of Democracy, v. 34, n. 4, p. 72-86, 2023. Disponível em: www.journalofdemocracy.org. Acesso em: 24 jun. 2025.

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Derechos de autor 2025 Marco Augusto Machado Ghisi, Leandro Katscharowski Aguiar